Doença celíaca

A doença celíaca é uma enteropatia autoimune que acomete indivíduos susceptíveis em virtude da ingestão de glúten, proteína presente na farinha de trigo, centeio e cevada (*aveia- por contaminação cruzada).

Em pessoas com doença celíaca, suspender o glúten da dieta não é apenas questão de seguir a moda, mas sim de necessidade! Em celíacos, a ingestão dessa proteína danifica o revestimento do intestino delgado e pode interferir na absorção dos nutrientes.

É possível desenvolver doença celíaca em qualquer idade. Ainda que surja com mais frequência em bebês de até um ano de idade, logo que o glúten é introduzido na dieta, muitas vezes os primeiros sintomas se manifestam somente na vida adulta.

Os sintomas da doença celíaca são muito variados e podem estar relacionados a vários outros problemas de saúde. Embora os sintomas clássicos sejam os gastrointestinais – como dor abdominal, constipação, gases, náusea, perda de peso e diarreia – mais de 50% dos celíacos têm sinais e sintomas que não estão relacionados ao sistema digestivo, tais como: anemia; dermatite herpetiforme; cansaço; formigamento nas mãos e pés; alterações de humor; dor nas articulações; menstruação irregular; problemas de crescimento em crianças.

Se não for tratada, a doença celíaca pode levar a complicações bastante sérias, incluindo: cânceres intestinais; desnutrição; infertilidade e aborto espontâneo; osteoporose; problemas neurológicos. Por ser uma condição autoimune, ela pode ser apenas controlada.

Pessoas diagnosticadas com doença celíaca precisam evitar completa e permanentemente a ingestão de glúten. Mesmo que a doença esteja controlada, se a proteína for introduzida novamente à dieta o intestino voltará a sofrer danos.

Por isso, é importante a orientação médica e nutricional. O profissional pode ajudar a identificar quais alimentos não contêm glúten e a planejar uma alimentação saudável e equilibrada. Se você acha que tem a doença, consulte um médico antes de eliminar o glúten da dieta.

Março Azul é o mês de conscientização sobre o Câncer Colorretal

O câncer de intestino, terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil e abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.
É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
A cada ano surgem 40 mil novos casos, conforme dados de 2020 do INCA (Instituto Nacional do Câncer).

SINTOMAS
Os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são:
• Sangue nas fezes;
• Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
• Dor ou desconforto abdominal;
• Fraqueza e anemia;
• Perda de peso sem causa aparente.
• Alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)
• Massa (tumoração) abdominal

PREVENÇÃO
Segundo o INCA, algumas práticas simples diminuem em 30% o aparecimento do câncer de Intestino. São elas:
Alimentação rica em fibras
Manter o peso corporal saudável
Evitar bebidas alcóolicas
Evitar carnes processadas
Limitar em até 500 gramas por semana o consumo de carnes vermelhas
Ter uma vida ativa (prática de atividade física)

COLONOSCOPIA
Ir ao médico anualmente para uma consulta preventiva é muito importante. É recomendado que pessoas com idade acima de 40 anos realizem o exame de colonoscopia. Este exame preventivo, com foco no intestino grosso, permite a visualização d/o interior do cólon. No procedimento é possível verificar todo o intestino grosso do paciente e, se encontrado algum pólipo (uma lesão pré-cancerígena), ele é retirado no exato momento. Se não houver problemas, a colonoscopia pode ser repetida a cada cinco anos, como forma de prevenção.
O exame previne o câncer no intestino, um câncer extremamente traiçoeiro – na fase inicial não apresenta sintomas, e por isso o paciente não procura o médico.
O diagnóstico do câncer colorretal é realizado através de biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).

TRATAMENTO
A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos), para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor.
Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.

Dr. Ricardo Nakamura
Especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões no Rio de Janeiro e em Cirurgia do Aparelho Digestivo, com pós-Graduação no ST Mark’s Hospital Londres